Educação em Neurociência no controle da Dor Crônica inexplicável

Educação em Neurociência no controle da Dor Crônica inexplicável

 

A Sensibilização Central fornece evidências científicas para explicar muitos casos de dor crônica. No início da reabilitação pode ser crucial para mudar a percepção mal adaptativa da dor. Alterar aspectos cognitivos e mudar a o conceito de dor é muito importante para o paciente obter melhores resultados e ter um diagnóstico diferencial em dor.

Desde a antiguidade a dor é vista como algo ruim, se fosse uma dor interna, as pessoas da época diziam que eram maus espíritos que estavam causando aqueles sinais e sintomas. As coisa mudaram muito, a vilã passou a ser mocinha foi incorporada na rotina de avaliação dos melhores hospitais como o nosso quinto sinal vital. Vou te dar um exemplo: Se uma pessoa sofre um acidente de carro e a mesma é levada ao hospital, esse paciente será avaliado. Então o médico pega um alfinete e espeta a perna do paciente, se houver reação, significa que ele não perdeu sensibilidade e que está tudo bem. A dor é percebida 100% no cérebro. Receptores periféricos captam estímulos, levam até a medula e depois chega no cérebro. Dentro do cérebro esse estimulo é modulado como dor ou não, tudo depende de fatores externos e internos. A dor existe para nos proteger, ela nos avisa de uma ameaça, sendo um sistema de alarme muito inteligente. Mas as vezes esse sistema de alarme falha e fica desregulado e alguns fatores podem desregular esse sistema. Paciente com depressão, ansiedade, déficit cognitivo e esquizofrenia podem desenvolver quadros de dor crônica não relacionadas com alterações de exames de imagem, mas sim com a percepção da dor modulada no cérebro.

Pacientes que tem dor crônica precisam entender sobre neurociência da dor, mas de forma simples e resumida. A dor tem relação com as emoções e principalmente com o medo, quando a dor se torna persistente, é comum que o médico solicite muito exames de imagem e não encontra uma justificativa para tanta dor. O paciente troca várias vezes de médico, que solicita os mesmo exames e o resultado é sempre o mesmo, entrando em um ciclo eterno de dor, exames de imagem, remédios, repouso e mais dor. E um medo avassalador de estar com alguma doença grave que não foi detectada, porque fomos treinados para relacionar a dor a algo ruim que está acontecendo. Então a imaginação se torna fértil, o paciente começa a acreditar que está com um machucado que ainda não cicatrizou. Todo machucado cicatriza, mas pode deixar memórias, isso mesmo, memória de dor. Desse jeito o sistema falha e o cérebro começa a produzir dor, mesmo sem ter uma lesão ou uma doença grave. Se você tem dor por mais de seis meses e não detectou uma causa física, provavelmente você tem Sensibilização Central. Continue comigo nesse artigo, que eu vou de contar como controlar a dor.

A dor é uma percepção do sistema nervoso central e se divide em aguda e crônica. Dor aguda está relacionada com uma lesão e pode dor por até 3 meses. mas por não terem conhecimento, querem se livrar da dor em uma sendo semana, isso vai contra a fisiologia da dor. Tomam remédios em excesso e fazem repouso absoluto, contribuindo para desregular a percepção da dor. Dor crônica é toda dor que passa de 3 meses, já não tem relação com uma lesão, mas sim com o sistema Nervoso Central. A conexão entre os neurônios se chama sinapse , entre as sinapses estão os neurotransmissores e é aqui que acontece todo processo. O neurotransmissor GABA é inibido, sai magnésio da fenda sináptica e entra cálcio e assim esse neurônio se mantem em excitabilidade, levando informação de dor o tempo todo. Assim a serotonina também fica inibida, causando a dor crônica. A dor crônica não tem relação com uma hérnia de disco por exemplo e por isso as cirurgias são CONTRA-INDICADAS.

Não possuímos receptores de dor, mas sim receptores de ameaça. Tudo pode ser ameaçador, sentimentos como o medo, raiva, rancor, estresse e tristeza, podem gerar desequilíbrios na modulação da dor e não somente uma lesão ou alterações nos exames de imagem. Um bom exemplo é quando estamos felizes ou em contato com a natureza. Quando temos o sentimento de gratidão também é um excelente exemplo. Produzimos serotonina, ocitocina, dopamina… Essa produção entra em desequilíbrio quando estamos tristes, a dor é multidimensional !!

Com esse conhecimento, você será capaz de controla sua dor.

  • Reconceitualizando a dor: A dor é o  nosso quinto sinal vital assim como a respiração, temperatura, frequência cardíaca e respiratória. A dor tem relação com sobrevivência e é um sistema de alarme muito inteligente. Veja a dor com outros olhos!
  • A Dor está no cérebro e não está relacionada com uma lesão incurável. Procure se movimentar na medida do possível, praticas de meditação também ajudam na modulação da dor
  • Saia para se divertir, encontrar amigos e ter contato com a natureza. Isso ajudar a equilibrar os neurotransmissores. Ficar em casa fazendo repouso não é recomendado atualmente.
  • Não tenha medo da dor, quanto mais medo da dor, menor fica seu limiar de tolerância. Entenda que você pode sentir dor sem ter uma lesão ou uma doença grave.

Mude aspectos comportamentais e suas crenças em relação a dor e controle sua Dor! Isso faz sentido para você? Compartilhe esse artigo com seus familiares e amigos e nos ajude a controlar a dor crônica.

Um grande abraço!

Nijs et al. How to explain central sensinilization to patients with ¨Unexplain¨ chronic musculoskeletal pain: Pratic Guide. Manual Therapy (2011)

Marcelo Rocha

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