Modelo Biopsicossocial

Modelo Biopsicossocial

Em 1977, Engel publicou o modelo biopsicossocial. Dez anos depois, em 1987, Waddell adaptou o modelo á lombalgia crônica. Em 2017, Jull escreveu um editorial sobre os 40 anos desse modelo. Para estudiosos da dor, não há dúvida sobre o impacto dessa quebra de paradigma em saúde e no estudo da dor, saindo de um modelo linear de causa e efeito para um modelo que inclui fatores biológicos, psicológicos e sociais.

Esse modelo em dor ainda não é uma realidade, há uma tendencia em se desenvolver um raciocínio clínico linear, como por exemplo justuficar a dor lombar com os achados de exames de imagem. Esse é o caminho mais curto para uma tomada de decisões, como optar em realizar uma cirurgia de coluna, sem ter uma indicação verdadeira. Mesmo em equipes multiprofissionais para o tratamento da dor, é complexo a utilização do modelo, pois cada profissional tende a foca o tratamento dentro de sua esfera profissional. Por exemplo: Ortopedistas tendem a passar anti-inflamatórios e solicitar exames de imagem e Fisioterapeutas convencionais direcionam a abordagem para a biomecânica. Ambas abordagens são falhas e por isso o especialista em dor se destacada, por atua na modulação da dor que estão no cérebro, com uma abordagem multidimensional.

Um dos grandes desafios no tratamento da dor consiste em proporcionar mudanças nos hábitos de vida dos paciente, assim como sua crenças disfuncionais. Acredita-se que o efeito dos fármacos podem ser potencializados por maior participação social do paciente. Para uma abordagem biopsicossocial, medicar-se é sair de casa! Incentivar o paciente a sair de casa é muito importante e recomenda-se fazer algo novo. Fazer uma atividade física, encontrar com os amigos, viajar, são exemplos para mudar a rotina. Os efeitos de melhora na funcionalidade mental e física são, as vezes, melhores que o próprio manuseio da dor, seja em tratamentos farmacológicos, unidimensionais ou multimodais. O tratamento de ser ajustado de forma específica de cada paciente, respeitando suas características psicológicas, sociais e genéticas. Nessa abordagem a família participa do tratamento e de tomada de decisões, principalmente quando os pacientes são crianças ou possuem déficit cognitivo.

Os programas interdisciplinares de reabilitação da dor, devem ser combinados, agregando aspectos psicológicos, funcionais, farmacológicos e as vezes cirurgias. Modelos educativos mostram resultados a curto e longo prazo em pacientes com Fibromialgia. Espero que com o passar do tempo, abordagens holísticas baseadas em evidências científicas possam fazer parte de uma rotina habitual de clinicas e consultórios, sendo colocado de lado abordagens biomédicas.

Bibliografia:

Tratada de Dor: Publicação da SBED/Irimar de Paula Posso et al. 1. ed -Rio de Janeiro: Atheneu, 2017

 

Marcelo Rocha

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