Cirurgias desnecessárias! Cuidado!
Quando a cirurgia da coluna lombar é desnecessária?
A dor lombar não específica requer uma triagem para identificar os casos que são graves realmente, sendo uma condição que afeta pessoas de todas as idades em todo mundo. O uso excessivo de exames de imagem, opioides e cirurgias continuam sendo um grande problema, pois em 90% dos casos a dor lombar não tem relação com uma patologia na estrutura anatômica que possa ser justificada, sendo assim seu tratamento deve ser realizado com exercícios e Educação em Neurociência da Dor.
Sendo mais comum em mulheres, pode considerada um sintoma e não uma patologia, nos EUA e Austrália bilhões de dólares são gastos com seu tratamento, porém é a principal causa de deficiência em países desenvolvidos. Pesquisas mostram que não houve prevalência entre áreas urbanas e rurais.
Pessoas que tem dor lombar tem grandes prejuízos financeiros em relação as pessoas que não tem e acumulam menos riqueza durante a vida
A dor lombar é a principal causa de aposentadoria pré-matura entre as doenças crônicas, em relação a doenças cardíacas, diabetes, hipertensão, neoplasia, doenças respiratórias e asma. Pessoas idosas que se aposentam mais cedo por causa d dor lombar tem a renda menor do que as pessoas que trabalharam dentro do período integral.
Vários artigos descrevem como é a sensação do paciente que tem dor lombar, as principais preocupações são pela busca de um diagnóstico, tratamento e cura. Bem como a garantia de não terem anormalidades patológicas, recuperação do nível de saúde anterior, estabilidade física e emocional, se engajar em atividades significativas, reunião social, expectativas e obrigações.
Cerca de 1% das dores lombares são graves.
Bandeiras vermelhas como dor noturna e perda de peso inexplicável requerem futuros diagnósticos. Desses a dor lombar foi associada a uma condição grave em apenas 1% dos casos. Mesmo fazendo uma avaliação investigativa, não é possível diagnosticar precisamente, os testes clínicos tem precisão insuficiente. A American College Physician´s indica diagnóstico
Diagnostico Diferencial
A dor lombar inespecífica é diagnosticada quando não tem relação com uma patologia anatômica. A triagem visa excluir pessoas com aneurisma na aorta, abcesso epidural, fratura por compressão, espondiloartropatia, malignidade, síndrome da cauda equina, radiculopatia e estenose lombar.
A maioria das dores lombares são inespecíficas. Deyo e Weinstein, estimaram o número de pacientes com lombalgia na atenção primária, cerca de 4% fratura por compressão, 3% apresentariam espinhal estenose, 2% apresentariam doença visceral, 0,7% tumor ou metástase e 0,01% uma infecção. No estudo australiano mencionado anteriormente (1172 pacientes lombalgia aguda na atenção primária), menos de 1% dos pacientes tiveram causas específicas para a dor.
Ter hérnia de disco é normal! Estudos controlados estabeleceram que a imagem não melhorar os resultados clínicos.
Você sabia que…
A imagem pode detectar alterações na sua coluna que podem ser associadas por um clínico não especialista em Dor, como alvos para terapia ou motivo de preocupação do paciente. Por exemplo, uma revisão de 33 estudos (3310 pacientes) relatou que a prevalência de abaulamento discal em pessoas assintomáticas foi de 30% em pessoas de 20 anos, 60% em pessoas de 50 anos e aumentou para 84% em pessoas de 80 anos.
Prevenção
Estudos mostram que a melhor forma de prevenir a dor lombar é com exercícios, não só específicos para a coluna, mas de forma global. É importante melhora força e flexibilidade de todo o corpo. Essa abordagem se mostrou superior a estratégias ergonômicas, palmilhas, apoios para as costas e cintas abdominais. Os exercícios mostram resultado após 20 sessões e 13 semanas de Educação específica.
Quer melhorar sua dor Lombar? Então você precisa de Educação em Dor!
Você já foi no médico sofrendo com a dor lombar? Passou por uma consulta extremamente rápida, não fizeram nenhum teste ou ao menos colocaram a mão em você para fazer uma avaliação mais aprofundada? Então você deve continuar lendo esse artigo!
Outra visão do curso da dor lombar vem de estudos que caracterizaram o prognóstico de pacientes individuais estudando suas trajetórias de dor hora extra. Uma análise secundária do estudo PACE34 (1585 pacientes) identificaram cinco grupos de trajetórias de dor durante um período de 12 semanas para pacientes que recebem a primeira linha cuidar de lombalgia aguda; 36% tiveram recuperação rápida, 34% melhoraram mais lentamente, mas se recuperaram em 12 semanas, 14% tiveram recuperação incompleta por 12 semanas, 11% tiveram dor flutuante e 5% apresentaram dor persistente durante o período de 12 semanas. Uma variedade de atividades biológicas, psicológicas, sociais e de trabalho fatores estão ligados a maus resultados. Uma análise de 17 revisões sistemáticas do prognóstico da dor lombar (162 estudos primários) relataram que os seguintes fatores foram consistentemente associados a maus resultados: maior deficiência, presença de ciática, idade avançada, problemas gerais saúde, aumento do sofrimento psicológico ou psicossocial, características cognitivas negativas, relacionamentos ruins colegas, demandas pesadas de trabalho físico e presença de compensação.
O tratamento
Atualmente a melhor opção de tratamento é o não farmacológico, a utilização de exercícios e Educação em Dor estão na linha de frente. O repouso não é mais indicado, você deve ter um papel mais ativo na sua recuperação buscando estar sempre em movimento. Aspectos biopsicossocias, fatores psicológicos, ambientais, culturais e socioeconômicos devem ser inclusos em uma abordagem de tratamento ampla para que o paciente tenha seu direito de ser tratado corretamente seja realizado.
Metade das pessoas que usam opioides para controlar a dor lombar persistente continuam com sintomas.
Pesquisas sugerem que analgésicos opióides estão associados a danos como overdose de mortes e dependência e aumento do risco de outros problemas de saúde, como quedas, fraturas, depressão, e disfunção sexual. The American College of Physicians and the American Pain Society indica o exercício como uma abordagem não farmacológica para o controle da dor lombar inespecífica. De várias terapias não farmacológicas não são endossadas nas Diretrizes preliminares do NICE de 2016, 91 como eletroterapias (por exemplo, ultra-som e estimulação elétrica), tração, cintos ou espartilhos, órteses para os pés e sapatos com sola de balanço.
Infelizmente essas diretrizes são ignoradas por muitos profissionais de saúde que conduzem seu tratamento baseado em exames de imagem. Estudos mostram que a divulgação sobre educação em dor para mudar crenças populares sobre a dor lombar, apresenta excelentes resultados.
Incertezas sobre a cirurgia e outros procedimentos.
A literatura científica não suporta a realização de cirurgias de coluna como fixação de vértebras e procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos, tendo em vista que 90% das dores lombares não podem ser associadas a uma patologia anatômica. A grande maioria das dores melhoram com Educação em Dor e exercícios, por isso pense bem antes de decidir em realizar tais procedimentos.
Texto: Marcelo Rocha. Fisioterapeuta Esp. Em Dor pelo Albert Einstein
Bibliografia: www.thelancet.com Vol 389 February 18, 2017
Chris Maher, Martin Underwood, Rachelle Buchbinder