Qual a importância do exame de imagem no tratamento da hérnia de disco?
Quando temos uma dor na coluna, principalmente sem uma causa clara, a primeira coisa que queremos saber é o que está provocando essa dor, e o quão grave é o problema. Realmente é muito assustador apresentar uma dor repentina em nossas costas, principalmente quando essa dor desce na direção das pernas.
Pensamos logo “será que estou com hérnia de disco?”
Essa dúvida é muito comum, pois todos nós conhecemos alguém que já tenha tido alguma crise de hérnia de disco, e em alguns casos até pessoas que se submeteram a cirurgia. Naturalmente o caminho mais comum para solucionar essa questão, seria fazer um exame de imagem, como por exemplo, uma ressonância magnética ou uma tomografia computadorizada para revelar a causa dessa dor. Consequentemente, com o diagnóstico em mãos, iniciar o tratamento mais adequado.
Infelizmente, quando se trata da causa da dor lombar, esses exames não parecem ajudar, e pelo contrário, em alguns casos, estudos demonstraram que pacientes que realizaram exames de imagem precocemente, apresentaram resultados clínicos piores de quem não fez.
As duas principais perguntas que devemos fazer quando realizamos qualquer exame de imagem são:
1- O resultado desse exame é capaz de fornecer informações sobre qual o prognóstico da doença? Isto é, o clínico conseguirá prever possíveis complicações e em quanto tempo em média o problema irá perdurar?
2- Com o resultado em mãos, conseguirei buscar o tratamento mais adequado para o meu caso?
Inúmeros estudos científicos vêm tentando responder essas perguntas para as patologias da coluna vertebral. E a maioria desses trabalhos vêm apontando que não existe uma consistência entre os resultados do exame de imagem e a evolução do paciente. Por exemplo, temos indivíduos com hérnias extrusas, que teoricamente seriam mais graves, que melhoram de forma rápida sem grandes problemas, e ao contrário pessoas com mínimas ou até nenhuma alteração apresentam mais dificuldade para se recuperar.
Um estudo publicado na Revista científica Joint Bone Spine, onde a tomografia computadorizada foi realizada precocemente em 78 pacientes com dor ciática, não foi observado correlação entre as características encontradas nos discos intervertebrais com desfechos bons ou ruins. Mostrando que a Tomografia Computadorizada não cumpriu o objetivo de prever a história natural da doença, e muito menos determinar qual o tratamento mais indicado.
Essa informação é a chave para evitarmos procedimentos ineficientes, caros e muitas vezes perigosos, que é o caso das cirurgias. É comum a utilização das imagens de hérnias extrusas para justificar cirurgias, que muitas vezes teriam sucesso com tratamentos menos invasivos. Afinal, o que todos querem evitar é uma cirurgia, principalmente na coluna vertebral.